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A Importância da Constância no Tratamento Psiquiátrico

Nas últimas décadas acabamos por nos defrontar com um arsenal farmacológico cada vez mais eficiente. 

 

Podemos contar com drogas com menor potencial de interação medicamentosa, início de ação mais rápido e reduzido risco de efeitos colaterais.

 

O consultório psiquiátrico passou a acolher e a promissoramente tratar patologias dantes de difícil manejo como: transtornos de ansiedade, transtornos depressivos, transtornos do espectro obsessivo-compulsivo, transtornos de ajustamento, etc. 

 

Progressivamente colocamo-nos a minimizar sofrimentos antes observados meramente com um olhar moralista, onde caberia ao sujeito pela “força de vontade” vencer aquilo que poderia ser visto como “fraqueza de caráter”.

 

Mesmo que esse olhar ainda esteja presente entre nós nos dias de hoje, cada vez mais a psiquiatria consegue promover o descolamento deste estigma e passa a tratar questões “etéreas” como de fundo orgânico e, portanto, demandando intervenções organicistas.

 

Assim sendo, cabe a nós psiquiatras propormos a desconstrução da culpabilidade excessiva que mina a possibilidade do reestabelecimento do indivíduo como um todo. Podendo assim propor alternativas terapêuticas conjuntas onde vislumbramos um ser uno, enxergando o sujeito na sua vertente biopsicossocial.

 

Necessários são alguns alertas quanto à hipermedicalização e ao manejo terapêutico por profissionais não qualificados para o entendimento mais amplo dessas questões. Quando se faz um diagnóstico, por consequência, se institui um tratamento que durará minimamente de seis meses a um ano e onde a periodicidade das consultas deve ser amiúde mensal, visando a averiguação do sucesso do tratamento e possíveis reajustes de dose ou trocas de medicação. 

 

Com a sensação de bem-estar inicial o paciente pode se ver “curado” e sem orientações fidedignas pode ser acometido a recrudescências dos sintomas que amiúde acaba por interpretar como um novo episódio.

 

Cabe a nós descontruirmos paradigmas e apostarmos na possibilidade de um bem-estar psicossocial muito mais sólido e permanente.

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