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Psiquiatria & Psicanálise

 

Proponho algumas reflexões sobre a Psiquiatria e a Psicanálise, destacando como ambas podem e devem coexistir na prática clínica. São paradigmas que se complementam, e não se excluem.

 

“E de nada adiantaria o contra-argumento de que, enfim, não há a necessidade de explicitar a subjetividade no texto (tal como um Freud), porque ela teria que ser resgatada no todo implícito do seu estilo (de Lacan). Mesmo que o «princípio» dessa argumentação seja totalmente correto, ela não serve de nada para a psicanálise, porquanto o mesmo procedimento iria de igual modo resgatar qualquer subjetividade, mesmo de cientistas mais «forcluidores». Um Hegel, Wittgenstein ou Frege o testemunham nos seus textos escritos, tanto quanto o presidente Schreber, patrono da psicose em psicanálise” (Beividas, 1994).

"Nous voulons du parcours dont ces écrits sont les jalons et du style que leur adresse commande, amener le lecteur à une conséquence où il lui faille mettre du sien" (Lacan).

“Que nos diz Lacan sobre Lacan? Nada”, pergunta e responde F. George (1979, p.119).

“Enquanto Freud se revelou através dos seus sonhos, de sua correspondência ou dos relatos de casos, Lacan tudo fez para não deixar transparecer algum traço da sua subjetividade. Procurava eclipsar-se a qualquer custo” (George, 1979).

Na prática clínica, essa dicotomização torna-se objeto de reflexão, pois o sujeito que nos procura carrega em seu sofrimento, não obstante os olhares acima propostos, um desejo de alívio. E este alívio, muitas vezes, só pode se concretizar pela conjunção das estruturas citadas. Afinal, poderíamos nos questionar se os paradigmas pulsional, objetal e do Sujeito se manifestariam somente através do “Eu neuronal” (Damasio, 1994).

Portanto, o desejo de criar este espaço de escrita coloca-me diante de reflexões que, transbordantes de minha própria subjetividade, sirvam como espelho do sofrimento dos que me procuram. Certamente, ao ver-me no outro e deixar-me ser visto no outro, ocorre uma troca de lugares onde ser o outro traz momentaneamente a verdade de cada um.

Quem sabe, ao invés de buscar a cura, busquemos a verdade — que nem sempre está associada ao sofrimento que nos levou ali.

Essa verdade, unitária e avessa à massificação, pode ser construída em um processo único. Não devemos descartar o biológico, mas sim desvinculá-lo de uma demanda imediatista por bem-estar. Que façamos de nosso sofrimento um motor de transformação e crescimento.

 

 

Referências:

- BEIVIDAS, Waldir. "Estilo e Subjetividade". Psicologia & Psicanálise, nº 5, Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia da UFRJ, 1994.

- DAMASIO, Antonio. "O Erro de Descartes". HarperCollins, 1994.

- GEORGE, F. "Lacan e a Subjetividade". Ed. Psique, 1979.

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